O restaurante Casa da Suíça, localizado no consulado da Suíça, é especializado em comida Suíça (óbvio, não?), Austríaca e Alemã.
Desde 1956 mantendo a MESMA tradição, mesma cara, mesmo cardápio e desde 1977 o mesmo Chef (Volkmar Wendlinger).
Tanta tradição não significa, nem de longe, que seja ruim! Como diz o ditado, em time que está ganhando não se mexe!
Uma das tradições que herdei ao casar com Ele, foi o fondue familiar anual na Casa da Suíça, muito esperado (e comemorado) pelo meu querido sogro, porém não muito apreciado pela minha amada sogra por conta do cheiro de fritura que fondues de carne deixam no cabelo.
Sem dúvida, um dos melhores fondues que já comi no Rio (não tenho experiência em muitos outros) e um dos mais caros também!
O fondue familiar desse ano (2013) aconteceu no 2º dia de inverno (22/07) e pra nossa sorte o clima estava realmente um tantinho mais fresco, já que sabemos que no Rio de Janeiro não existe inverno propriamente dito.
Esse é o 4º ano que eu participo do fondue anual da família dele e é um evento muito divertido
Direto ao ponto.
O couvert não é dos melhores, é tão antigo quanto a casa e realmente precisa melhorar, mas engana o estômago na hora da fome!
De entrada, optamos por meio “Croûte au fromage valaisanne” que é praticamente um pedaço de emmental a milanesa – meu sogro chama carinhosamente de casquinha de ferida. Gordice bem gostosa, mas não vale o preço!
Depois fomos pros fondues. Eu sempre peço o de queijo e o resto do povo o de carne (minha sogra fica no salsichão de vitela com batata rostie, já que não é fã de fondue).
Como disse, não tenho muito como comparar, mas posso garantir que o fondue da Casa da Suíça faz valer a pena o ano de espera! Ele fica meses falando dos benditos molhos do fondue de carne e, em uma certa ocasião, já tentou reproduzir alguns em um fondue caseiro com amigos.
Pra acompanhar, um bom vinho tinto espanhol da região de Rioja. Pouco encorpado como um pinot noir e com odores que lembram frutas vermelhas (cereja, pra ser mais específica), coisa que deixa o vinho muito fácil de beber e era de se esperar que tomássemos duas garrafas.
Como não poderia ser diferente em se tratando de um restaurante suíço, praticamente todas as sobremesas levam chocolate, com exceção do apfelstrudel com chantilly.
Ainda que antigo, o staff é bem simpático! Destaque pro Maître que é o mesmo desde a década de 70 e extremamente cordial, conseguindo sempre lembrar de nós, mesmo só pisando lá uma vez por ano!
No geral:
Ambiente clássico (até demais), crianças não vão gostar.
Comida bem gostosa, mas também antiquada como resto. Ok, fondue nunca sai de moda.
É fácil encontrar figurões no restaurante, como políticos ou comentaristas de telejornal.
Prepare o bolso, a brincadeira tem que ser anual! $$$$
PS Ricardo: Gosto muito de comer na Casa da Suiça, mas confesso que essa foi a primeira vez que paguei alguma coisa. Como o convite parte de meus pais, eles sempre pagaram a conta. Esse ano, todavia, nós dividimos a conta e pela primeira vez senti a dolorosa.
Objetivamente falando, paga-se quase R$ 70,00 por alguns cubos de filet mignon crus e uma pequena amostra de molhos. Se você quiser um acompanhamento, como a tradicional batata röstie, terá que pegar mais R$ 17,00, levando o valor do “prato” para R$ 87,00.
Esse é o valor de pratos muito mais sofisticados nos melhores restaurantes do Rio de Janeiro, pratos que você não consegue fazer em casa nem que tente. Já o fondue, com um pouco de dedicação, é possível recriar boa parte dos molhos. Sei disso pois fizemos essa experiência no ano passado. Não ficou tão bom, mas ficou bem perto.
Não posso recomendar a Casa da Suiça pelo preço, pelo ambiente, pela apresentação dos pratos ou por qualquer outra coisa. Gosto muito de ir e provavelmente continuarei indo, mas compelido por algo muito mais emocional do que racional.